Ola Galera, vamos falar um pouco sobre o surgimento da OTOME. Isto mesmo, as Otomes não vieram na mesma época que os Otakus.
Como os otakus japoneses, o surgimento das otomes é um fenômeno de massa que vem ocorrendo no Japão principalmente após a virada do século e há alguns poucos anos no Brasil. As fangirls japonesas e brasileiras se diferem em vários aspectos, mas guardam características bem marcantes em suas personalidades, das quais se podem destacar principalmente a delicadeza e a expressividade em demonstrar suas preferências. Saiba tudo sobre esse estilo no mínimo curioso de garotas e o real significado do termo.
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Como os otakus japoneses, o surgimento das otomes é um fenômeno de massa que vem ocorrendo no Japão principalmente após a virada do século e há alguns poucos anos no Brasil. As fangirls japonesas e brasileiras se diferem em vários aspectos, mas guardam características bem marcantes em suas personalidades, das quais se podem destacar principalmente a delicadeza e a expressividade em demonstrar suas preferências. Saiba tudo sobre esse estilo no mínimo curioso de garotas e o real significado do termo.
Mas...Otomes?
É inegável a grande influência que a cultura pop japonesa vem provocando em todos os lugares por onde passa. Há alguns anos, era quase impossível conhecer alguém que realmente compartilhasse de nossos característicos gostos pelo Japão, algo que hoje é inegavelmente mais simples. Os fãs de anime e mangá começaram a crescer no país de forma assustadora, e se hoje temos eventos tão grandes, fundamentados nesse hobby, é por conta da extrema fidelidade e devoção por parte dos fãs.
Dessa forma, era preciso um nome para denominar esse grupo; afinal, uma identificação sempre ajuda na tarefa de manter as características únicas de um grupo. Assim, o nome otaku, que já existia, acabou chegando ao Brasil, mas não da forma como é originalmente conhecido pelo povo japonês. Como já me aprofundei no tema há algum tempo, digo, em linhas gerais, que otakus no Japão são fãs de qualquer espécie que deixam sua vida ser afetada negativamente por conta de seu vício.
Portando, a ideia que temos de “otaku” em nossos meios é errônea por conta de dois principais motivos: otakus não são só fãs de anime e otakus deixam que o vício tome conta de suas vidas e não apenas “curtem” algo em especial. Basicamente, é esse o significado original, que, no Japão, é até de cunho negativo.
O termo “otome” é usado no Brasil com um propósito bem claro e válido: o de diferenciar uma mulher de um homem no meio otaku. Dessa forma, a palavra aqui é usada para designar todas as pessoas do sexo feminino que gostem de anime e mangá. Enquanto temos “otaku” para o os homens, “otome” funciona para as mulheres na mesma proporção. Assim, são consideradas otomes, aqui no Brasil, qualquer garota que simpatize com aspectos da cultura pop japonesa que fazem grande sucesso por aqui. Como o significado de sua vertente masculina, a palavra se difere do original japonês, e no Brasil adquiriu um aspecto bem mais ameno e plural no que diz respeito à gostos e características.
O outro lado:
No Japão, a ideia de otome muda de figura. Para começar, o termo que diz respeito às fãs hardcore por lá não é o mesmo usado aqui. Sim, os japoneses sequer usam a palavra otome no sentido que usamos, o que já caracteriza certa desvirtuação linguística. O termo, em japonês, designa total pureza e delicadeza, significando algo como “donzela” ou “princesa”. Na verdade, essa denominação foi um amaneira que as próprias fãs criaram para se descrever como alguém de coração e vontade extremamente puros. No entanto, a realidade para a sociedade é outra.
A forma mais usada pela sociedade para se dirigir às fãs hardcore no Japão é fujoshi, que, contrariando totalmente o sentido de otome, significa literalmente mulher podre. Parte desse receio quanto às garotas e seus gostos podem ser compreendidos por um problema gigantesco no Japão: o escapismo.
Como sempre faço questão de dizer, a sociedade japonesa não é nem nunca foi perfeita. É óbvio que ali existem ideais realmente invejosos dos quais nosso povo poderia, sem dúvida, tomar para si. No entanto, grande parte da prosperidade econômica e social que alguns países asiáticos vivem se deve à enorme rigidez com que as relações sociais são construídas.
Assim, o trabalho, a família, o jeito de viver e o futuro são vistos com enorme disciplina e se tratam realmente de missões a serem cumpridas. Por um lado, essa linha de raciocínio permite ao japonês e ao oriental em geral prosperarem enquanto trabalhadores dignos e honrados. Mas, por outro lado, isso faz com que a sociedade espere muito de cada pessoa, e infelizmente nem todos conseguem aguentar. E é então que o escapismo entra.
Para aliviar as expectativas de alguma forma, as pessoas acabam procurando maneiras de relaxar. No caso das fujoshis, a vontade de escapar de sua vida acaba aflorando mais do que deveria e, de certa forma, as faz refém desse vício. Não tão mais viciadas como os otakus, as fujoshis são mais sociáveis e os casos extremos de exclusão social dentre os fãs masculinos não são regra no ambiente delas. Pelo contrário, muitas vezes as fangirls são mulheres normais, com sua vida, emprego, estudos, família e tudo mais que uma pessoa normal tem. No entanto, o que as faz ganhar um título tão depreciativo são suas inclinações ainda vistas com receio pela conservadora sociedade japonesa: o gosto pela homossexualidade.
Elas gostam de homens... que não gostam de mulheres?
Contrariando toda a ideia de otomes que temos em nosso país, as fujoshis japonesas têm seu gosto específico que as caracteriza fundamentalmente como um grupo a parte. Enquanto por aqui são consideradas otomes qualquer fã de anime e mangá do sexo feminino, independente dos gostos e de como ela deixa que isso afeta sua vida, no Japão elas são conhecidas por seu extremo prazer por temas homossexuais. Sim, as fujoshis se caracterizam por simpatizar por assuntos que as remeta a uma fantasia homossexual entre homens. Portanto, este grupo se interessa principalmente por mangás, animes, doramas, novels, games, bandas e tantas outras plataformas que, de certa forma, as façam ter fantasias entre dois homens.
É explícito como grande parte disso pode ser observado em vários aspectos da cultura pop japonesa; afinal de contas, o público que aprecia relações desse tipo é extremamente grande no Japão, e não é totalmente estranho uma mulher agradar-se por características afeminadas em garotos. De fato, esse é o padrão de beleza masculino que se tem hoje por lá e, querendo ou não, há muito público para isso.
Dessa forma, o gênero de mangá e anime yaoi, o que apresenta relações homossexuais entre homens, é o produto mais consumido pelas fãs hardcore japonesas. Além disso, há características desse grupo em várias vertentes da cultura pop japonesa, os quais muitas vezes passam despercebidos por nós. O sucesso das boybands e cantores como Gackt, por exemplo, se deve ao apelo extremamente provocativo, fantasioso e andrógeno que possuem e que faz a alegria das fujoshis.
Há muitos materiais com cenas explícitas entre homens destinados às fushojis; afinal, o público é grande e merece ser atendido em todas suas demandas. No entanto, as fãs, na maioria das vezes e honrando seu cunho de “puras”, prefere materiais não explícitos, mas, sim, sugestivos sobre o amor entre dois homens. Dessa forma, cabe a elas a tarefa de imaginar e fazer valer todas suas fantasias ao menos no campo psicológico.
Ao contrário dos otakus, que preferem materiais com temas mais gritantes e apelativos, as fujoshis preferem romances e hisórias que as permitam os mais variados tipos de interpretações possíveis. Tratando-se de mulheres, a delicadeza encontrada tanto na história como nos traços é bastante grande e realmente faz a diferença no sucesso comercial.
De certa forma, as fujoshis têm uma espécie de contradição em seus gostos. Tratando-se de sua inclinação para temas homossexuais, elas, de alguma maneira, apreciam homens que não gostam de mulheres. Talvez, como no caso da comum fantasia de duas mulheres por parte dos homens, as fujoshis apenas apreciem a ideia de ver aquela situação acontecer, mas não aplicar em sua vida real, de fato.
O problema de sempre:
O Japão, ultimamente, tem enfrentado fortes problemas no que diz respeito à sua sociedade. Há alguns anos atrás, a quantidade grupos e pessoas “introvertidas” e “indiferentes” quanto às obrigações sociais tais como casar, ter um bom emprego e estudar, vêm surgindo. Os homens herbívoros, por exemplo, preferem não ter nenhum tipo de relação com ninguém. Como já foi dito, a causa do aparecimento de iniciativas como essa se deve principalmente ao caráter rígido da sociedade japonesa, e com as fujoshis não é diferente.
Inevitavelmente, as fãs hardcore japonesas têm tendências mais intimistas e reclusas do que o resto da sociedade. Como em tantos outros grupos que a cada dia surgem no Japão, elas preferem aderir a certa causa, no caso o gosto excessivo por animes e mangás e, muitas vezes, não dar muita importância para o lado social de sua vida. Isso faz com que sua interação com as outras pessoas, de certa forma, seja um pouco mais limitada se comparada com a forma como as fãs brasileiras o fazem.
Por aqui, nossas “otomes” são tudo o que as japonesas não são em questões sociais. Geralmente, as consideradas otomes por aqui são garotas extrovertidas e de expressividade forte, o que as faz destacadas em um meio inicialmente masculino, principalmente. Esse seu caráter somado à oportunidade de compartilhar seus gostos com uma garota, muitas vezes tão difíceis de encontrar, as faz ligeiramente desejadas no meio otaku brasileiro. No entanto, não é assim que acontece no Japão.
De certa forma, as fujoshis são rechaçadas pelos homens japoneses. As fujoshis são vistas com receio e, somado ao seu aspecto intimista e introvertido, esse grupo se faz cada vez mais fechado para o resto das pessoas que não o compõem. Essa, sem dúvida, é uma realidade crescente e preocupante no Japão, onde as pessoas têm preferido se preocupar única e exclusivamente com seus íntimos desejos, se esquecendo do mundo ao seu redor.
Como sempre digo, a diferença entre simplesmente gostar e ser viciado em algo é bastante simples de ser vista. Quando você deixa que aquilo lhe atrapalhe socialmente, o hobby já se transforma em vício. Não há problema algum em gostar de algo, desde que você se lembre que, acima disso, existem várias outros aspectos tão importantes quanto, os quais compõem sua vida que, afinal, é uma grande síntese de todos eles.
Finalmentes:
Otomes são um assunto que nos remete à sociedade japonesa no seu íntimo e que, em minha opinião, vale a pena ser discutido. Pequenos grupos como os homens herbívoros, os otakus, as otomes e tantos outros nos fazem compreender, sobretudo, a mente de um japonês de um ponto de vista diferente, mas não menos interessante.
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